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FÊMUR DE SAHELANTHROPUS TCHADENSIS QUE GEROU CONTROVÉRSIA ENTRE PESQUISADORES (FOTO: ALAIN BEAUVILAIN) |
1. Osso da coxa contestado
Em janeiro, Roberto Macchiarelli, professor de paleontologia humana, acusou seu colega Michel Brunet de deturpar uma importante peça de evidência da história da evolução humana. A prova em questão é um fêmur – osso da coxa – encontrado no Chade em 2001.
Macchiarelli acredita que o fêmur pertenceu a Toumaï (Sahelanthropus tchadensis), uma espécie de hominínio que seu oponente argumenta ser o mais antigo exemplo conhecido de ancestral humano, de 7 milhões de anos atrás.
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CRÂNIO DE SAHELANTHROPUS TCHADENSIS - TOUMAI (FOTO: ORYCTES/WIKIMEDIA COMMONS) |
2. Fora da África
O Homo sapiens originou-se de um único ancestral que viveu na África há 300 mil anos. Entre 100 e 80 mil anos atrás, o Homo sapiens deixou o continente e começou a se espalhar pelo mundo. Estas origens africanas foram demonstradas inúmeras vezes por análises genéticas de fósseis.
No entanto, o que é conhecido como o modelo da "Evolução multirregional" persistiu. Especialistas sugerem que os humanos modernos não têm uma origem única: em vez disso, a evolução foi independentemente e a partir de diferentes populações pré-humanas.
Os asiáticos originaram-se do Homo erectus asiático, os europeus do Homem de Neanderthal e os africanos do Homo heidelbergensis africano. É uma teoria madura com nuances racistas e tem perdido apoio nas últimas décadas.
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CRÂNIO DE HOMO ERECTUS (FOTO: FLICKR/ JAMES ST. JOHN/CREATIVE COMMONS) |
O gene que controla os dentes incisivos também diminui o número de glândulas sudoríparas (que produzem suor) e enriquece o leite materno com gordura. Estas duas características poderiam ter sido cruciais para a sobrevivência durante a Idade do Gelo.
Por causa da conexão genética, o Homo erectus e os humanos modernos asiáticos teriam surgido incidentalmente com incisivos similares, evoluindo as adaptações contra o frio de maneira paralela. Isso significa que os dentes incisivos não foram herdados pelo Homo sapiens asiático de um ancestral do Homo erectus: eles foram adquiridos por causa do ambiente gelado. Isso é mais uma prova de que a árvore genealógica da humanidade está enraizada na África.
3. Dinossauro muito grande
Gigantescos dinossauros percorriam antigas paisagens africanas. O Paralititan, do Egito, pesava cerca de 60 toneladas. Giraffatitan, da Tanzânia, estava entre os mais altos que já existiram; e outro espécime da Tanzânia, Tornieria, entre os mais longos. O Espinossauro carnívoro, encontrado no Níger e no norte da África, era ainda maior do que seu icônico primo norte-americano, o Tyrannosaurus rex.
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REPRESENTAÇÃO ARTÍSTICA DE LEDUMAHADI MAFUBE (FOTO: NOBU TAMURA/WIKIMEDIA COMMONS) |
4. Reimaginando répteis
Mamíferos evoluíram a partir de uma fonte inesperada: répteis – especificamente do grupo de “répteis semelhantes a mamíferos”, chamados Cinodontes.
Uma das maiores diferenças entre estes bichos atualmente é a biologia reprodutiva. A maioria dos répteis põem ovos e mostram pouco ou nenhum cuidado parental, enquanto a muitos mamíferos geram os filhotes no organismo e fornecem cuidados extensos.
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REPRESENTAÇÃO ARTÍSTICA DE CYNOGNATHUS - CINODONTIA (FOTO: NOBU TAMURA/WIKIMEDIA COMMONS) |
Isso é uma quantia enorme, nunca encontrado em mamíferos, mas típico entre alguns répteis. Os pesquisadores argumentam que é improvável que a mãe adulta cinodonte possa ter produzido leite suficiente ou fornecido cuidados parentais para criar tantos filhotes. Isso sugere que os cinodontes devem ter tido uma biologia reprodutiva reptiliana e ajuda a entender esses importantes ancestrais.
Isso também significa que o extenso registro fóssil da África do Sul, que até agora foi interpretado como a proposta de que os cinodontes cuidavam de seus filhotes, pode precisar de uma reinterpretação completa.
5. Achado de quatro pernas
Em junho, foi anunciado a existência de duas espécies de anfíbios novos, a partir de fósseis encontrados na África do Sul. Ambos representam a mais antiga evidência de animais terrestres de quatro patas, chamados tetrápodes, no continente africano.
Historicamente, a busca por ancestrais tetrápodes negligenciou a África. Isso coloca o continente no mapa quando se trata de buscar provas de como ocorreu a transição da vida do ambiente marinho para a terra.
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TETRÁPODES DA ÁFRICA COM QUATRO PATAS (FOTO: MAGGIE NEWMAN) |
Fonte: Revista Galileu
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